Coincidência ou não, é o mesmo período em que europeus da Idade da Pedra estavam produzindo pinturas e gravuras rupestres requintadas, em cavernas como a de Altamira, na Espanha, e a de Lascaux, na França.
Por causa do estilo e dos temas das gravuras em pedra, os pesquisadores já desconfiavam que as imagens datavam da Idade da Pedra.
Para confirmar isso com precisão, usaram duas técnicas diferentes, com a ajuda de geólogos da Universidade de Ghent, também na Bélgica.
O que acontece é que sedimentos carregados pelo vento foram se acumulando em cima das gravuras, feitas numa escarpa de arenito perto do rio Nilo.
Uma das técnicas consegue dizer quando foi a última vez que os grãos de sedimento foram expostos à luz solar, o que dá uma idade mínima para a gravura, pois o sedimento foi parar lá depois de os desenhos serem feitos.
Além disso, havia restos orgânicos nesses sedimentos (coisas como ossinhos de camundongos e aves), os quais também puderam ser datados pelo método do carbono-14, um "relógio" radioativo que funciona justamente com matéria orgânica.
Foi daí que veio a data mínima de 15 mil anos, embora o acúmulo de sedimentos possa ter começado antes, dizem os especialistas.
Huyge e companhia levantam a possibilidade de contato cultural indireto entre os egípcios e os europeus da Era do Gelo, por causa da semelhança de temas e estilos entre a arte dos dois lugares.
Se a ideia estiver correta, o Mediterrâneo da Idade da Pedra já estava interligado. Como o nível do mar na época era 100 metros mais baixo, seria mais fácil viajar por terra ou por barco.
Membro da equipe de escavação ao lado das gravuras egípcias que foram encontradas em Qurta. |
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