quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Inscrição em pedra da Torre de Babel

Especialistas que analisaram uma inscrição de 2.600 anos dizem que ela é uma espécie de placa comemorativa da inauguração da Torre de Babel, com detalhes do projeto celebrizado pela Bíblia.
A conclusão está num novo livro de título indigesto, "Cuneiform Royal Inscriptions and Related Texts in the Schoyen Collection" ("Inscrições Reais em Cuneiforme e Textos Relacionados da Coleção Schoyen").
Martin Schoyen é um empresário norueguês, dono de uma coleção de antiguidades que inclui, entre outras coisas, inscrições em cuneiforme (difícil sistema de escrita do antigo Oriente Médio) feitas a mando dos reis da Mesopotâmia, no atual Iraque.
Entre essas inscrições está a estela --essencialmente um poste de pedra-- erigida quando Nabucodonosor 2º governava a Babilônia, entre 605 a.C. e 562 a.C. Coberta com textos e desenhos, a estela relata a construção de uma obra que, se fosse egípcia, teria porte faraônico.

TERRA E CÉU
Seu nome era Etemenanki. Em sumério, idioma que já era arcaico nos tempos de Nabucodonosor 2º, a palavra significa "templo das fundações da terra e do céu". E o rei da Babilônia carrega nas tintas propagandísticas ao descrever como construiu a estrutura, cuja altura, segundo relatos posteriores, chegava a mais de 90 m.
"[Para construí-la] mobilizei todos em todo lugar, cada um dos governantes que alcançaram a grandeza entre todos os povos do mundo. Preenchi a base para fazer um terraço elevado. As estruturas construí com betume e tijolo. Completei-a erguendo seu topo até o céu, fazendo-a brilhar como o Sol", diz a inscrição na pedra. O templo era dedicado ao deus Marduk, patrono da dinastia de Nabucodonosor. 
Marduk e Tiamat
ZIGURATE
A estrutura, que lembra um pouco uma pirâmide com degraus, encaixa-se na categoria dos zigurates, comum na arquitetura dos templos da antiga Mesopotâmia.
A equipe liderada por Andrew George, especialista em babilônio do University College de Londres, publicou pela primeira vez a descrição detalhada da estela no livro.
Para eles, a probabilidade de que o zigurate gigante tenha sido a inspiração para o relato bíblico da Torre de Babel é considerável. Para começar, já se sabia que "Babel" ("A Porta do Deus") é apenas o nome dado pelos antigos hebreus à Babilônia.
Em segundo lugar, foi Nabucodonosor 2º o responsável por destruir o último reino israelita independente, o de Judá, arrasando o templo de Jerusalém e deportando milhares de pessoas da terra de Israel para a Babilônia no ano 586 a.C.
Os deportados israelitas, portanto, teriam tido a chance de ver de perto a maior das obras de seu opressor, justamente no período em que, segundo a maior parte dos estudiosos atuais, o texto da Bíblia estava sendo editado e consolidado no exílio.
A inspiração para a história do rei que tentou construir uma torre até o céu, portanto, teria vindo nessa época.
Se a hipótese de George e seus colegas estiver correta, a imagem na estela é a mais antiga representação da Torre de Babel, que acabaria inspirando inúmeros artistas da Idade Média até hoje. Uma identificação definitiva, contudo, é difícil de provar sem evidências mais diretas.

Mapa do Mundo
Babilónia, cerca de 700-500 AC – provavelmente de
Sippar, sul do Iraque
Um Mapa Antigo, sem paralelo, do mundo da Mesopotâmia

Esta tábua contém, simultaneamente, uma inscrição cuneiforme e um mapa sem igual do mundo da Mesopotâmia. Babilónia é mostrada ao centro (retângulo na metade superior do círculo), bem como Assíria e Elam, centros do Império. A área central é circundada por uma inscrição aquática, “Mar Salgado”.  A parte exteriro do círculo é rodeada pelo que, provavel e originalmente, foram oito regiões, cada uma identificada por um triângulo, designado “Região” ou “Ilha‘’, e marcadas com a distância entre si. O texto cuneiforme que descreve estas regiões (semelhante a uma criatura mítica) está incompleto.
Esta é uma das peças de visita obrigatória, no British Museum.

Nenhum comentário:

Postar um comentário