Música Pré–Histórica
Música Primitiva
Algumas
Músicos |
Bailarinos |
Embora a música mais selvagem seja crua e desagradável para nós, ainda gera interesse nos estudantes. Notando-se como ela cresceu, como é usada e como ela é associada, nós ganhamos discernimento da essência e da relação do impulso musical. A combinação generalizada de som com dança, mímica e poesia, bem como exercícios religiosos, desafia a nossa atenção. O cuidado meticuloso na moldagem do instrumento é impressionante e instrutivo. Então o estudo da música préhistórica é rico e nos mostra como o ser-humano é musical.
Como Instituição Social
Nas condições primitivas, a música é a primeira de todas as diversões ou jogos, proporcionando uma saída para o “excesso” do espírito animal, simulando excitamento emocional (sentimentos e paixões) e ajuda a manter a energia muscular e nervosa.
Cantar e dançar sempre foram afazeres sociais – um centro de interesses para, talvez, vilas e tribos em todo o mundo. A ânsia para a atividade popular dessa forma, freqüentemente determina uma aglomeração de caráter festivo, onde as cerimônias costumam ser associadas como uma ocupação ou evento, como por exemplo caçadas, agricultura, adoração, guerra, nascimento, doença ou morte. As reações físicas de emoções em ritmo e tons são bem impactantes e são duplamente utilizadas por seu efeito de desempenho individual ou perceptividade, além do controle hipnótico da multidão.
Entre os povos selvagens, raramente a música aparece como arte independente. Sua associação com a dança é tão estreita que as duas são realmente atividades gêmeas. Movimentos rítmicos como algum barulho recorrente, como bater de palmas ou chocar varas, passa prontamente para o canto, talvez ajudado com algum acessório instrumental.
Consequentemente, o ritmo dos cantores tende a induzir movimentos corpóreos. Ritmo, inevitavelmente, trás dança e canção juntos. Toda fala primitiva que é carregada de emoção ou pretende ser uma impressão especial é projetada na forma de poesia. Para conceber tal expressão (como referência ao canto, e atualmente para o canto) parece instintivo. Onde há uma associação de tocadores (menestréis) tribais, há uma expectativa para prover odes ou baladas de sorte variada – heróica, marcial, mítica, caprichosa ou humorística.
Finalmente, mímica ou pantomima (Pantomima é um teatro gestual que faz o menor uso possível de palavras e o maior uso de gestos - fonte:wikipedia) estão instintivamente ligadas a todas as raças, a dança e o som estão psempre assumindo um caráter dramático, envolvendo personificação, enredo e ação.
Escalas Primitivas
Características Técnicas
Toda música selvagem está fadada ao "acento". Normalmente, o acento cai em ritmos definidos (variações duplas, sendo tão comuns quanto variações triplas). O ritmo fundamental é feito empaticamente por movimentos corpóreos, barulhos ou coros vocais. Os padrões métricos (esquemas de tons longos e curtos) e os "esquemas-frases" maiores são freqüentemente intrincados curiosos, quebra-cabeças mesmo para um observador treinado.
As decorações vocais de ritmo, levam diretamente a figuras melódicas, que indicam, sem dúvida, ao resultado de experimentos com intrumentos. Como uma regra, uma determinada melodia contêm tons distintos, embora as vezes varie com deslizes ou uivos. Uma ou duas figuras tonais são comumente repetidas de novo e de novo. Geralmente uma noção de escalas (ou sistema de tons) é sugerido, embora nenhum tipo de escala seja universal.
A escala primitiva essencial é a pentatônica. O que nós chamamos de escala cromática também é encontrada utilizando até mesmo intervalos menores que um semitom. A aproximação da escala ao nosso tipo diatônico também é encontrado, implicando em um senso de relacionamento de tons.
Somente o que estimula a invenção de melodias e o controle de seu desenvolvimento é incerto.
Há um pensamento que idéias de harmonia ou partes cantadas, são impossíveis para a mente selvagem. Mas parece que algumas tribos na África e Austrália, cantam em tentativa de unificação entre vozes e instrumentos. Essas combinações, entretanto, são raras e não demonstram nenhum sistema real.
Fig. 1 - Flauta de pedra do Alaska, desenhada para parecer um totem.
Fig. 2 – Flauta de Pan Árabe
Fig. 3 – Zanzes africanos de ferro ou línguas de bambu, montados em uma caixa de ressonância, tocada por vibrações.
Fig. 4 – Diversas baterias primitivas, Egípcia, Turca, Japonesa, etc., um (Tibetano) feito por uma caveira cortada em dois.
Fig. 2 – Flauta de Pan Árabe
Fig. 3 – Zanzes africanos de ferro ou línguas de bambu, montados em uma caixa de ressonância, tocada por vibrações.
Fig. 4 – Diversas baterias primitivas, Egípcia, Turca, Japonesa, etc., um (Tibetano) feito por uma caveira cortada em dois.
Fig. 5 – Marimba Africana ou Xilofone.
Instrumentos Primitivos
fonte: http://origendelamusica.wikispaces.com/Instrumentos+de+la+Prehistoria+avanzados |
Esta parte é especialmente clara e interessante pelo fato da existência de muitos espécimes de instrumentos, atualmente em muitos dos grandes museus etnológicos. Um índice sistemático dos fatos, de alguma forma abreviada é impossível, porque os detalhes variam indefinidamente. Extraordinariamente inteligentes e genuínos, os sentimentos artísticos são freqüentemente apresentados na criação de instrumentos musicais por outrora pessoas muito rústicas. Grande paciência e destreza são gastos no trabalho de cada material que, sendo possível, dentro de certas condições desejadas e de formação, o entalhe elaborado e coloração elegante são freqüentemente adicionados. Instrumentos bem feitos são preciosos e muitas vezes considerados sagrados. Pode-se notar que até mesmo entre os povos antigos, há a questão da estética junto da arte (música).
O índice seguinte é designado simplesmente para dar uma idéia da variedade indefinida das formas para três classes padrões:
Instrumentos de vento ou sopráveis.
As diferentes flautas e flautins encontrados são inumeráveis. Elas são feitos de junco, gramíneas, madeira, osso (até mesmo ossos humanos), argila e pedra. São soprados através de um buraco ou por um apito bucal, podendo ser soprados pela boca ou pelo nariz. Eram tanto simples ou duplos, ou no caso da flauta de pan (Syrinxes), compostos (muitos tubos). Frequentemente construído com vários buracos para os dedos para variação de afinação, embora, curiosamente, esses furos nem sempre eram habitualmente utilizados.
As diferentes flautas e flautins encontrados são inumeráveis. Elas são feitos de junco, gramíneas, madeira, osso (até mesmo ossos humanos), argila e pedra. São soprados através de um buraco ou por um apito bucal, podendo ser soprados pela boca ou pelo nariz. Eram tanto simples ou duplos, ou no caso da flauta de pan (Syrinxes), compostos (muitos tubos). Frequentemente construído com vários buracos para os dedos para variação de afinação, embora, curiosamente, esses furos nem sempre eram habitualmente utilizados.
Ocasionalmente um reservatório de ar era conectado ao instrumento como uma sacola ou saco flexível, com um tubo ou tubos presos(Exemplo da gaita de fole, escocesa - que não é pré-histórica).
No quesito tom, varia-se grandemente em força e doçura, embora as tendências sejam qualidades estridentes e perfurantes.
Trompas (horn) e trompetes eram também comuns, de todas as formas, tamanho e qualidade, feitos de chifres (daí o termo horn – chifre em inglês), concha, marfim, bambu, madeira e metal. Geralmente existia uma pequena variação de tom, embora meios-tons sejam usados de alguma forma. Os tons produzidos são comumente fortes e geralmente ásperos.
Instrumentos percussivos ou pulsantes.
Fonte: http://origendelamusica.wikispaces.com/Instrumentos+de+la+Prehistoria+avanzados |
Chocalhos de osso ou madeira são comuns, bem como vários tubos ocos que aparentemente podem ser batidos.
Castanholas de concha ou metal são também normalmente encontrados. Em todos os lugares os chocalhos são comuns, feitos de pedras, frutas duras ( e também cascas, cabaça, sementes, etc.) ou conchas (ocasionalmente feitos de crânios humanos com objetos soltos pendurados por fora).
Toda a variedade de gongos ou tam-tans, feitos de madeira, pedra, bronze, cobre, ferro, algumas vezes aparecem em conjuntos, então, melodias e harmonias rústicas são possíveis pela tonalidade variada dos instrumentos.
fonte:http://museodeltambor.en.eresmas.com/ms105_small.jpg |
As variações de baterias e tamborins não tem fim, todas caracterizadas por uma pele esticada sobre uma bacia ou caixa oca, as últimas sendo geralmente cabaças, um buraco oco de madeira (como o tronco das árvores) ou recipiente metálico.
Eles eram tocados tanto pela mão quanto por “baquetas” ou varetas. Muito engenho é mostrado em sinais elaborados e tatuagens intrincadas e as baterias eram frequentemente usadas em combinações. Uma invenção especialmente interessante é Africana, a Marimba ou cabaça-piano. Consiste de uma série gradual de cabaças montadas por peças ressonantes de madeira podendo ser atingidas por varas, como o moderno xilofone. Formas similares foram encontradas na Asia e em muitos outros lugares.
fonte:http://www.demarruecos.cl/material/musica/instrumentos_gnawa/bendir.gif |
Instrumentos de Cordas
O arco tem sido uma das primeiras implementações de caça e guerra, pode ter surgido entre os primeiros instrumentos musicais. É certo que as harpas rústicas feitas com formato de arco surgem frequentemente entre os selvagens. O número de cordas varia de uma ou duas para cima, embora a fraqueza na armação normalmente limite-se ao número e tensão das cordas. Experimentos são freqüentes com Liras ou cítaras rudimentares que tem cordas esticadas sobre um corpo ressonante, cada qual com uma peça plana de madeira ou uma caixa oca.
ZANZA |
Esses tipos evoluíram para alaúdes rudimentares, tendo tanto uma caixa de ressonância quanto um “pescoço” para a extensão das cordas. Muito engenho aparece na fabricação de cordas que fossem de vegetais, cabelo, outros tecidos animais e metais por exemplo. Muitos outros exemplos são encontrados em instrumentos que soam por fricção de um arco de corda, prefigurando a grande família dos violinos. Ocasionalmente, peças de madeira ou metal de diferentes tamanhos eram tão presas em uma caixa de ressonância que eles podiam tocar "pinçando", como no Zanza africano. Aparentemente o impulso da criação de instrumentos surge do desejo de um som para acentuar a dança e o ritmo – chocalhos, assobios, vibração de cordas.
Uma teoria sobre a ordem de invenção dos instrumentos segue essa ordem: bateria, flautas e cordas. Melhor dizendo, os primeiros instrumentos foram criados para manter o ritmo, para então serem produzidos instrumentos que sustentassem sons, para então serem produzidos instrumentos que fizessem melodias.
A origem da música
É verdade que o fornecimento externo da natureza sugere ser uma influência segura para a criação da música, como no suspiro e sopro do vento, o rugido e a ondulação da água caindo, o lamento das feras, o zumbido dos insetos e o som dos pássaros; mas a influência destes sons primitivos é leve. Herbert Spencer sugere que o som é primeiramente uma forma de comunicação, decorrente da ação reflexo dos órgãos vocais sobre estresse e emoção (como um choro segue a sensação de dor).
Há também uma hipótese de que a música surgiu necessariamente da necessidade de acompanhar ritmos de dança.
É verdade que o fornecimento externo da natureza sugere ser uma influência segura para a criação da música, como no suspiro e sopro do vento, o rugido e a ondulação da água caindo, o lamento das feras, o zumbido dos insetos e o som dos pássaros; mas a influência destes sons primitivos é leve. Herbert Spencer sugere que o som é primeiramente uma forma de comunicação, decorrente da ação reflexo dos órgãos vocais sobre estresse e emoção (como um choro segue a sensação de dor).
Há também uma hipótese de que a música surgiu necessariamente da necessidade de acompanhar ritmos de dança.
Fig. 6 – Harpas e Cítaras primitivas, fabricadas com vegetais, intestino ou fibras de bambu e com vários dispositivos para ressonância
Editado e traduzido por Flavio de Oliveira
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